quarta-feira, 14 de março de 2007

"Um quarto das unidades de neonatologia tem pulseira electrónica"

"Em 19 dos 41 hospitais, as portas das unidades de neonatologia só se abrem com a introdução de um código
a De 41 hospitais com unidades de recém-nascidos, há dez que decidiram instalar o sistema de prevenção de rapto da pulseira electrónica, referem dados do relatório da Inspecção-Geral da Saúde (IGS) que avaliou a segurança das unidades de neonatologia de todo o país. A maioria das unidades optou pelo sistema depois do rapto em Penafiel.
Segundo a principal empresa que instala o sistema nas unidades de saúde, a Infocontrol, há mais três hospitais a quem foram adjudicadas as pulseiras electrónicas e que aguardam instalação. É o caso da Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, e dos hospitais de Faro e Torres Vedras, refere a responsável de marketing, Conceição Martins. Estão ainda a decorrer mais cinco concursos para a instalação. A pulseira é colocada no tornozelo da criança e o alarme dispara se for cortada ou se o bebé sair dos serviços de neonatologia,
No caso do hospital torreense, a responsável de comunicação, Raquel da Cruz Leal, refere que a instalação do sistema, que começa a funcionar daqui a semanas, nada tem a ver com a troca de bebés que teve lugar há cerca de um mês. 'Estava pensada há mais de seis meses' e resultou do apoio de um mecenas. Refere ainda que a troca, que durou horas, não seria impedida com o sistema electrónico, uma vez que as crianças tinham as pulseiras de identificação certas, mas foram entregues às mães erradas.
A Infocontrol fornece o sistema desde 2001 e, coincidência ou não, seis dos hospitais que instalaram ou vão instalar o sistema anti-rapto fizeram a adjudicação depois do rapto de Penafiel (Fevereiro do ano passado), continua a responsável da empresa. Foi, por exemplo, o caso dos hospitais D. Estefânia e de Évora. O hospital de Penafiel não tem o sistema de pulseiras mas a sua aprovação está dependente do desbloqueamento de fundos comunitários, esclareceu o seu assessor de imprensa, Nuno Cubanco.
A IGS já tinha feito um outro relatório sobre segurança nestas unidades, em 2003, na sequência do caso do desaparecimento de um bebé do Hospital de Guimarães em 2002. O actual estudo, que foi enviado nas últimas semanas para o ministro da Saúde e para os hospitais inquiridos, faz o seguimento da primeira acção. O relatório dá conta de 'uma evolução positiva'. Contas feitas, há 24 hospitais com câmaras de videovigilância. A Comissão Nacional para a Protecção de Dados diz que existem cerca de 80 unidades (incluindo também clínicas e centros de saúde) que tinham este sistema autorizado até Setembro do ano passado, informa a sua assessora, Clara Guerra.
O relatório da IGS nota ainda que em 19 dos 41 hospitais as portas das unidades de neonatologia só se abrem com a introdução de um código, há nove hospitais com videoporteiro e cinco têm portas com alarme.As informações foram prestadas pelas unidades no mês passado. A IGS faz três recomendações aos hospitais. Devem passar a pedir e a ficar com registo dos dados pessoais de todas os acompanhantes e visitantes às unidades de obstetrícia e neonatologia, para futuros contactos. O organismo público aconselha também que as mães que saem do hospital com os seus recém-nascidos sejam obrigadas a mostrar aos funcionários da portaria a sua nota de alta, que deve ser cruzada com os dados da pulseira do bebé. Por fim, a IGS aconselha acções de formação em segurança para todo o pessoal destas unidades." (Catarina Gomes - Público, 14/03/2007)

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